O Xadrez Eleitoral do PT e do PSB
Otávio Luiz Machado*
Segundo
as pesquisas eleitorais dos mais diversos institutos, o partido do Governador Eduardo Campos, o
PSB, é o que está com mais chance de vitórias nos locais que disputa. Como pesquisa indica um determinado momento,
então é o momento de Eduardo Campos.
O
PT entrou definitivamente numa sinuca de bico. Se Lula errar na mão no seu
discurso aqui em Recife no próximo dia 13, isso dificultará a intensidade
desejada de participação do PSB nas eleições na capital de São Paulo. Em Belo Horizonte um
PSB está a um passo do primeiro turno, enquanto em Recife a marcha para a
vitória também no primeiro turno até agora tem sido uma surpresa e com as
chances aumentadas a cada dia e a cada nova pesquisa. Em Fortaleza PT ou PSB
disputam a participação no segundo turno contra o candidato que desponta, que é
do DEM.
Em
outras grandes cidades de Pernambuco o PSB virou o jogo e está muito próximo da
vitória no primeiro turno. É o caso da cidade de Paulista, com Junior Matuto.
Até agora só o prestígio do governador (somado a apoios partidários e
financeiros consideráveis) tem sido o suficiente para impulsionar quase todos
os candidatos do PSB, sem se beneficiar diretamente do julgamento do Mensalão,
cuja sentença condenatória de figuras como José Genoíno e José Dirceu nos
próximos dias poderá respingar na imagem de todos os candidatos do PT e aumentar
a rejeição ao PT.
A
estratégia do PT de esconder a gestão João da Costa é o ato mais sem noção que
se vê, porque isso limita o alcance da percepção do eleitor sobre a
continuidade ou não do PT. É uma eleição plebiscitária, mais as imagens de
campanha estão focadas na exitosa gestão de João Paulo, o que confunde o
eleitor. Com erros ou acertos, a gestão de João da Costa apresenta iniciativas
dignas do guia eleitoral, mas a campanha personalista ganhou contornos muito
mais importantes que o projeto político ou a trajetória das gestões.
O
fato é que no jogo jogado Eduardo Campos está ganhando e ainda tem mais peças
para mexer do que o PT. A participação de Lula será muito importante dependendo
do que ele vai trazer, mas a presença da Presidenta Dilma poderia ser uma saída
a mais para manter o jogo até o segundo turno e até ganhá-lo.
No
jogo mesmo cometendo tantos erros, como é o caso do PT em Recife, ainda não se
pode jogar a toalha e dar o jogo como perdido. Os debates da TV, a criação de
propaganda alternativa nas mídias sociais, a intensificação das militâncias nas
ruas e um discurso preciso podem garantir a qualquer candidatura a aquisição de
musculatura para ampliar as chances de se chegar no segundo turno.
No
caso da candidatura de Daniel Coelho, que está indo além do PT e do PSB, é o
que tem reunido elementos importantíssimos para falar com o eleitor, tendo
inclusive apoios nacionais de peso para sua campanha, como é o caso do Senador
Aécio Neves. Também herda muito da imagem de Marina Silva, que chegou a ter quase
40% dos votos dos eleitores recifenses na última campanha presidencial, por
pouco não passou a então candidata Dilma. Cada dia mais o nome de Daniel tem sido
lembrado ou fixado na cabeça do eleitor.
Já
chegamos praticamente ao último mês de campanha dos candidatos, cujo tempo não
é pouco para se consolidar candidaturas. Coincidentemente é a partir desse
momento que o governador Eduardo Campos irá fazer campanha quase diária com o
candidato Geraldo Júlio pessoalmente na cidade, o que não é pouca coisa.
Vai ganhar quem
errar menos. Vai ganhar quem se fizer mais presente nas ruas e interferir na
escolha do eleitor. Vai ganhar quem demonstrar que é o eleitor que será o
grande vitorioso nas eleições, porque a apatia à política é enorme. È preciso
reinventar a participação política. È um dos momentos importantes para isso.
Que aproveitem o momento e caminhem com o povo rumo à vitória. Só assim valerá
a pena todo o esforço.
*É educador, pesquisador, escritor e documentarista. E-mail: otaviomachado3@yahoo.com.br
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