quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Quem monitora o monitorador?


Quem monitora o monitorador?
Otávio Luiz Machado*

            O candidato Geraldo Júlio não foi só infeliz, mas profundamente agiu de má fé quando em TV aberta disse que monitorou o então Secretário das Cidades Humberto Costa, que era não só seu colega de secretariado, mas também um aliado de primeira hora do governador Eduardo Campos.
            É fato que Geraldo Júlio tem várias qualidades, porque tem sim uma folha de serviços prestados a Pernambuco. De uma hora para outra viu sua campanha passar a ser piada. Primeiro quando divulga a todo canto que tudo de bom em Pernambuco é de sua autoria. Depois com o caso da retirada dos cavaletes após dois meses espalhados pela cidade (é bom que se diga que ele foi o primeiro a espalhar por todo canto os cavaletes a ponto de avenidas como a Agamenon no início da campanha só expor os dele e de mais ninguém), o que gerou mais uma baixa na sua propaganda. Mas esse caso do monitoramento virou motivo de piada no Brasil inteiro, inclusive sendo um dos assuntos mais comentados no twitter assim que isso começou a ganhar a rede.
            Em épocas de eleições vem a tona os casos de “monitoramento”.   Na eleição de 2004 a equipe de Cadoca “monitorou” uma humilde senhora de Brasília Teimosa, certamente utilizando-se de dados da Secretaria de Defesa Social e de outros locais.


            Também foi monitorado o advogado ligado aos direitos humanos Mororó. Nesse caso foi gente instalada no próprio palácio de Jarbas Vasconcelos, o que foi desfeito pelo advogado numa ação simples junto a conhecidos que descobriram o feito.Uma das matérias do caso está aqui:

http://www.estadao.com.br/arquivo/cidades/2004/not20040916p15372.htm

            O escritor e animador Ariano Suassuna disse dias atrás que ficou impressionado com Geraldo Júlio nas reuniões do secretariado do Governador Eduardo Campos, porque percebeu que ele sabia tudo que acontecia nas demais secretarias.



Não é por acaso que esse “conhecimento” privilegiado ele trouxe para a campanha, pois selecionou tudo que é bem avaliado no governo Eduardo Campos e colocou como “foi Geraldo que fez”, o que é absurdo e precisa ser urgentemente questionado, porque o eleitor merece ter informações corretas sobre qualquer governo.
Penso que o monitoramento do eleitor é o mais eficaz, mas Geraldo Júlio nunca se deixou ser “monitorado” pelo eleitor, que poucos sabiam quem ele era, mas que de repente passou a ser o grande nome responsável por todos os avanços do governo Eduardo Campos. No atual “monitoramento” do eleitor ele é bastante questionado, inclusive já criaram na internet um hit intitulado “foigeraldoquefez”. Mas o eleitor quer monitorar com informações precisas e não com esse marketing feroz que já passou dos limites.
            O candidato Geraldo Júlio parece que não quer ser “monitorado”, porque toda vez que o questionam algo ele diz que o povo quer saber disso e sim quem vai mudar o Recife para melhor e fica só nessa conversa fiada.
            Um candidato que realmente está se destacando é Daniel Coelho, que está sabendo de fato “monitorar” com critério o que interessa. Ao questionar a candidatura do PT que prega a todo canto que acabou com as palafitas na cidade, o vídeo produzido pela equipe de Daniel foi ao ponto.




Mas Daniel Coelho não mostra os nomes da elite pernambucana que estão em associação com o PSDB e prontos para dar a "cara" caso ele seja eleito. Ele não mostra seus padrinhos para não perder votos e para manter o discurso de "novo" o tempo todo. O candidato pode representar esse lado inovador, mas não é o caso dos seus "companheiros" de partido e aliados dele.
Uma eleição com debate apresentando dados reais é que vai ajudar o eleitor a mudar a cidade com o seu voto.

*É educador, pesquisador, escritor e documentarista. E-mail: otaviomachado3@yahoo.br

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