Uma homenagem ao Professor Denis
Bernardes
Otávio Luiz Machado*
Ao receber a notícia do
falecimento do Professor Denis Bernardes (na foto o último à direita),
que era ligado ao Departamento de Serviço Social da UFPE, também fiquei
bastante entristecido, porque via nele uma das pessoas mais sensíveis e
comprometidas com o desenvolvimento educacional e científico do Brasil,
sem contar a figura humana que cativava a todos que o conheciam.
Quando começamos a pensar nele após esse triste episódio, o que nos
alenta é que ele deixou vasta obra, sem contar o seu exemplo e as lições
que deixa como acadêmico e pessoa, pois
conseguiu contribuir com a formação de inúmeras pessoas ao longo de
vários décadas e ensinar tarefas intelectuais fundamentais.
A
simplicidade de Denis Bernardes não contrastava com o seu status
acadêmico invejável. Era um dos que soube fundir vida pessoal, vida
acadêmica e projetos futuros. Não erra arrogante e nem ficava por aí
tentando mostrar a si mesmo de forma vangloriosa, porque deixou marcas
que não se apagarão, além de ser uma figura que se superava a cada novo
desafio.
Em 2010 recebemos o convite dele para escrever um
artigo coletivo sobre juventudes para a Revista Estudos Universitários
da UFPE, na qual ele era o editor. No mesmo ano tivemos a participação
dele num seminário nacional que organizamos na UFPE sobre os jovens. Em
seguida participamos juntos da Conferência sobre Tecnologia, Cultura e
Memória (CTCM) no Instituto Brennand. Num dos dias da atividade saímos
de
lá juntos e fomos conversando até a UFPE, inclusive trocando
experiências das atividades que tínhamos interesses em comum.
Também me encontrei com eles várias vezes quando fazia alguns registros
do cotidiano da universidade, no qual ele incentivava falando de sua
importância e apontando o ineditismo da nossa iniciativa. O último
contato que tive com ele faz quinze dias, quando Denis enviou uma
mensagem pelo correio eletrônico me parabenizando pelo artigo GREVE: A
GERAÇÃO ANOS 1970 NO COMANDO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA. Foi a última vez
que trocamos uma mensagem e alimentamos um convívio intelectual intenso.
Há dois anos atrás o nosso grupo fez um vídeo com ele, inclusive para
registrar e buscar difundir o trabalho dele a partir da UFPE. Ele falou
sobre sua formação e o que vinha desenvolvendo na ocasião.
http://www.youtube.com/watch?v=lZwyJcWy9p0
O que se busca nesse momento é a tranquilização das pessoas para que
superem essa irreparável perda, ao mesmo tempo em que a UFPE e tantas
outras instituições façam as devidas e merecidas homenagens ao grande
Denis Bernardes. O próximo trabalho que vou publicar será dedicado a
ele. Nesse momento além do que já disse, também cabe dizer uma última
coisa. Boa viagem, Denis!
* E-mail: otaviomachado3@yahoo.com.br
Muito bom o seu comentário, Otávio! Segue o meu de velha amiga:
ResponderExcluirAlgumas palavras a Denis Bernardes, por nossa grande amizade, iniciada desde 1969.
Emilia Maria Mendonça de Morais
Recife, 02 de setembro de 2012
Todos nós sabemos por que estamos aqui hoje; todos nós recebemos e desfrutamos a dádiva da presença, da atenção e da amizade de Denis.
Ele foi sobretudo um amante da justiça e, muito particularmente, da beleza, cuja fome podemos saciar sem contra-indicações ou efeitos colaterais.
Guardemos sobretudo isso dele porque vivemos em um tempo que nem mais reconhece esses valores como vitais. Corremos o risco de nos contentarmos com muito menos; menos que a justiça, muito menos que a beleza.
Denis foi também um amante da alegria! Por tudo isso, relembro algumas das palavras que encerraram o discurso de Guimarães Rosa quando tomou posse na Academia Brasileira de Letras: "A gente morre é para provar que viveu".
E como Dênis viveu!
Disse ainda Guimarães Rosa:
"Sobe a luz sobre o justo e dá-se ao teso coração alegria!" (...) As pessoas não morrem, ficam encantadas"
Logo em seguida, concluiu: O mundo é mágico.
Vamos dar, aqui e agora, movidos pela saudade e pela esperança, um crédito de confiança ao poeta: se nós ainda estamos vivendo neste mundo, é só porque nós mesmos ainda não nos tornamos encantados; mas, se este mundo é mesmo mágico, então, nós todos estamos vivendo sob muitos sortilégios e encantamentos.
Por isso eu pediria: apesar de toda a nossa tristeza por sua ausência, que nós nos nutríssemos, a partir deste instante, do doce encantamento que foi desfrutar da amizade de Denis.
Emília, valeu! Vou divulgar o seu comentário no face e em outros canais. Denis merece isso!
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