A situação da
Casa do Estudante da UFPE e a
despreocupação com os estudantes: um enorme déficit na política de assistência
estudantil na universidade
Por
Otávio Luiz Machado*
Depois de ver os contrastes na
AGILIZAÇÃO das obras da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde o
gabinete do Reitor Anísio Brasileiro passa por mais outra reforma enquanto a
Casa do Estudante continua com uma parte da obra a passos de tartaruga e a
outra se encontra abandonada com o mato tomando conta ao seu redor, mais uma
vez fui estimulado a escrever sobre um tema que dediquei várias pesquisas e
publicações, que é a história das casas de estudantes e demais moradias
universitárias no Brasil.
Algumas imagens que fiz hoje (precisamente dia 21 de novembro de 2012) podem ser acessado aqui:
http://www.facebook.com/media/set/?set=a.519120811431358.123012.100000003300640&type=1
O fato é que do jeito que está não pode continuar, pois não vai adiante e nem volta ao que era. Às vezes ficar no meio do caminho é o que temos de pior, porque quem não se lembra da retirada dos ventiladores do Centro de Educação da UFPE para a INSTALAÇÃO de um conjunto de ar-condicionados, que também ficou no meio do caminho?
No caso da Casa do Estudante, o problema é de máxima urgência, porque as aulas já estão voltando. A imagem abaixo é só um pequeno aspecto da situação. Do lado direito o TAPUME já foi comido pelo tempo e não consegue mais esconde o que podemos falar sutilmente de DESCASO. Só para sermos educados, porque aquilo ali é pago pelo contribuinte.
Algumas imagens que fiz hoje (precisamente dia 21 de novembro de 2012) podem ser acessado aqui:
http://www.facebook.com/media/set/?set=a.519120811431358.123012.100000003300640&type=1
O fato é que do jeito que está não pode continuar, pois não vai adiante e nem volta ao que era. Às vezes ficar no meio do caminho é o que temos de pior, porque quem não se lembra da retirada dos ventiladores do Centro de Educação da UFPE para a INSTALAÇÃO de um conjunto de ar-condicionados, que também ficou no meio do caminho?
No caso da Casa do Estudante, o problema é de máxima urgência, porque as aulas já estão voltando. A imagem abaixo é só um pequeno aspecto da situação. Do lado direito o TAPUME já foi comido pelo tempo e não consegue mais esconde o que podemos falar sutilmente de DESCASO. Só para sermos educados, porque aquilo ali é pago pelo contribuinte.
No início do ano trazemos a pedido de um
estudante do curso de Geografia da UFPE a sua indignação, pois vivia numa
situação onde a permanência na universidade estava comprometida porque a
instituição praticamente tinha abandono um grupo numa área da universidade cuja
destinação era outra.
O desabafo (e a postura crítica do
estudante) pode ser assistido aqui:
Depois dessa divulgação, quando fiquei
sabendo pela própria Pró-Reitora de Assuntos Estudantis que o Reitor Anísio
Brasileiro viajou especificamente a Brasília para conseguir verba necessária
para resolver a situação, pelo que soube, resolveu.
Pelo que passou no Fantástico na última
semana, que mostrou também um contraste na Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), onde os estudantes corriam o risco de acidentes graves vivendo
na Casa de Estudantes daquela instituição, a pergunta que fica é a seguinte:
por qual motivo os estudantes NUNCA são a prioridade em várias universidades?
O que mais me assusta é o encontro de raras cenas
de solidariedade dos demais estudantes que deveriam se unir para ajudar os
colegas nessa situação, onde o silêncio da maioria das chamadas entidades
estudantis é maior do que qualquer ação efetiva em prol do coletivo, pois no
meio deles tem os privilegiados que conseguem bolsas, ônibus para excursão,
verbas para festas, etc, obviamente para atender pequenos grupos que são
minoritários se considerarmos o contingente
de estudantes que ralam muito para poder frequentar as aulas, ter acesso
aos livros-xerox, pagar o lanche e a meia-passagem.
Se considerarmos que a ampliação do acesso à
universidade vai chegar em breve aos 50% de estudantes oriundos de escolas públicas,
que são uma parcela que precisa de bolsas de apoio, de acesso ao R.U.
subsidiado, de moradia universitária gratuita e de tantos outros DIREITOS, o
que podemos vislumbrar é que a DECEPÇÃO desses alunos vai ser grande quando
chegarem finalmente ao campus no primeiro dia.
A conquista da assistência estudantil da UFPE via
Casa do Estudante tornou-se
contraditoriamente algo a desserviço dos estudantes que são oriundos das
camadas desprivilegiadas, porque os recursos utilizados para o pagamento do auxílio-moradia
de algo que já era para estar sendo utilizado vem da mesma rubrica orçamentária
da assistência estudantil gerando uma despesa em duplicidade.
Em outras palavras, ao invés de ativar novas bolsas
aos estudantes que precisam e até agora não foram sequer chamados para serem
contemplados, a demora da obra não coloca para dentro do sistema de moradia os
que nela já estavam porque os imóveis estão desocupados e a ajuda-moradia não
contempla o que eles já haviam conquistado, o que é uma retirada de direitos
sem precedentes.
O contingente de estudantes que precisam e não são
atendidos é muito alto, por isso a UFPE não está abrindo mais vagas via cotas,
para não falir de vez a sua precária e frágil política de assistência
estudantil.
Essa obra só não consegue ser mais atrapalhada que a RETIRADA do pouco que existe de verde na FACULDADE DE DIREITO DE RECIFE (DA UFPE) para a criação de ESTACIONAMENTO. Os estudantes bem que tentaram impedir isso, mas a INTRANSIGÊNCIA falou mais forte.
Essa obra só não consegue ser mais atrapalhada que a RETIRADA do pouco que existe de verde na FACULDADE DE DIREITO DE RECIFE (DA UFPE) para a criação de ESTACIONAMENTO. Os estudantes bem que tentaram impedir isso, mas a INTRANSIGÊNCIA falou mais forte.
O que sabe é que a situação da obra da nova Casa do
Estudante que será mista está sendo averiguada pelo Ministério Público Federal,
que deveria tomar providências como a própria Justiça Federal tomou em relação
aos elevadores do Hospital das Clínicas,
pois em ambos os casos são situações que ferem a dignidade humana,
penaliza quem mais precisa e não favorece nem pedagógica e muito menos a
questão cidadã, porque fere em cheio o interesse público.
P.S. o vídeo com matéria da Globo está
aqui:
*É
educador, pesquisador, escritor e documentarista. E-mail: otaviomachado3@yahoo.com.br
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