segunda-feira, 26 de novembro de 2012

OPINIÃO: A LADROAGEM NA AGU E NO GABINETE PRESIDENCIAL: ENTRE SEM BATER, O NEGÓCIO FICA AO LADO (Por Otávio Luiz Machado)



A LADROAGEM NA AGU E NO GABINETE PRESIDENCIAL: ENTRE SEM BATER, O NEGÓCIO  FICA AO LADO
Por Otávio Luiz Machado*

Quem não se surpreendia com mais nada quando a Polícia Federal faz suas operações fantásticas, no caso da operação Porto Seguro o buraco mostrou que era mais em baixo, sendo mais preciso, que era justamente do lado de pessoas que se encontra num dos cargos de enorme poder e responsabilidade: o advogado-geral da União e a própria presidenta da República. 



Aqui estamos não falando só de pessoas próximas, mas de pessoas que tinham acesso ao que ambos decidiam, faziam e agiam no dia-a-dia, porque entre os envolvidos num esquema de corrupção apara beneficiar empresários estava o próprio advogado-geral da União Adjunto e a chefe de gabinete da presidenta Dilma no escritório da Presidência de São Paulo.
A presidenta Dilma parece que tem um problema com pessoas próximas que se envolve com corrupção, como foi o caso da Senhora Erenice Guerra na Casa Civil. Agora aparece uma outra que de tão próxima uma podia ouvir a tosse da outra nas respectivas salas que dividiam.
No caso da AGU é muito mais grave, porque o adjunto desempenha quase as mesmas funções do titular, inclusive assume as funções do mesmo na sua ausência.
Como aliciadores de funcionários públicos, os principais envolvidos devem ter feito muito mais que a própria investigação alcançou, inclusive com ações muito anteriores ao início da operação da Polícia Federal, que precisam ser resgatdas a aprofundadas.
A operação abafa no eixo Brasília-SP deve estar a todo vapor, sendo nessa hora o momento da Polícia Federal ficar atenta para pegar muito mais gente. O advogado-geral da União precisa ser também exonerado, pois deveria saber quem estava trabalhando com ele, o que gera a desconfiança se ele sabia ou não.
No meio do mandato com um escândalo desses na presidência da República, a presidenta se enfraquece pois, além do escândalo do “mensalão” respingando em si cada dia mais no seu governo, também existe a insatisfação dos prefeitos com a perda de arrecadação advinda das isenções fiscais e dos governadores de Estados produtores de petróleos que são contra a repartição dos royalties com os demais Estados.
Como se sabe historicamente, a briga por recursos e poder e os escândalos por corrupção conseguem desestabilizar qualquer governo, principalmente os que são costurados por linhas que podem se arrebentar a qualquer aperto maior que aparecer. O que acontece no momento é só um indicativo do que poderá ocorrer mais adiante, mas ainda é cedo para avaliar o impacto nas próximas eleições. 


*É educador, pesquisador, escritor e documentarista. 

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